sábado, abril 29

Não Sabes


Tu não sabes o que é,
Passar noites acordado,
Imaginando que te beijo,
Que te abraço, que te acaricio,
E sentir o odor da tua pele.
Tu não sabes o que é,
Chorar em silêncio,
Porque não te tenho.
Tu não sabes o que é,
Estar tão longe,
E perto ao mesmo tempo.
Tu não sabes,
Mas um dia saberás,
Porque o meu coração,
Não se calará até à eternidade.


Ao som de Dzihan & Kamien - Gran Riserva
Esta noite ao vivo no Clube Mercado...Yes!

Amor a qualquer preço

Baseado num livro de John le Carré “The Constant Gardener” é uma história fantástica de mistério/thriller/amor, intensificados por uma extremidade contemporânea do realizador Fernando Meirelles, assinando aqui a sua primeira produção de língua inglesa. Neste filme é apoiado por uma cinematografia genial, onde o filme é sólido sendo fundamentado num brilhante argumento, que nos fornece uma narrativa impulsiva e personagens fortíssimas.
A história, mas sem adiantar muito, é um diplomata Justin (Ralph Fiennes) e a sua mulher Tessa (Rachel Weisz), que é uma dura activista politica, estão a viver no Quénia devido à carreira de Justin. É então neste pais que as suas preocupações com a pobreza local e a pandemia de sida, fazem surgir revelações surpreendentes sobre os movimentos de uma companhia farmacêutica sem escrúpulos, comprometida em práticas desumanas e abusivas.
O filme “entrelaça” uma história de amor e intriga politica e como Justin cai no mistério do que aconteceu á sua mulher, além do que ela tinha descoberto.
Saltando através do tempo, o filme é habilmente realizado, onde vão surgindo pedaços que gradualmente vão descobrindo a informação que avança com a história com uma grande clareza e, passo por passo, revela a complexa conspiração entre a politica e as companhias farmacêuticas e ao mesmo tempo, Justin é confrontado com a revelação sobre Tessa que constantemente testa a sua percepção da relação com a sua mulher.
Ralph Fiennes e Rachel Weisz, conseguem trazer ao ecrã uma química calorosa e borbulhante, um amor que é talvez uma atracção de opostos, uma reunião de corações onde existe princípios de integridade.
Mas é a personagem protagonizada por Fiennes que consegue demonstrar a maior e mais subtil gama de emoção, é delicioso o percurso que ele escolhe seguir, com as pistas que forçam as trocas constantes na sua compreensão do que aconteceu e o que explica o seu casamento.
Depois da obra-prima “Cidade de Deus”, Meirelles optou por aproveitar as fantásticas paisagens africanas, desde a geografia natural a aldeias que brilham de cor e vitalidade. Em contraste, as cenas de Londres e Berlim sugerem um frio da civilidade Europeia e é usada como um “espartilho” de ironia à corrupção subjacente que é exposta. Nas cenas africanas, o realizador utiliza uma “nervosa” câmara portátil que captura a energia dos exóticos habitantes locais, e como é habitual na sua realização também existem cenas em que capta com uma subtileza genial as faces dos não actores principais, neste caso dos nativos.
Meirelles evoca a habilidade para criar uma sensação de “lugar” quer nas cenas filmadas na Europa ou em Africa e adiciona uma cinematografia adicional às fantásticas performances que ele consegue tirar do elenco e não podemos esquecer a sólida narração que existe mesmo no coração de “The Constant Gardener”. A personagem interpretada por Rachel Weisz é para recordar vezes sem conta, inclusivamente Weisz ganho um Oscar para melhor actriz Secundária com esta interpretação.
Não existe a mínima duvida que estamos perante mais um genial filme de Fernando Meirelles. Muitas vezes o mais complicado de um filme é o seu final. Mas é precisamente no final desta película que convergem todos os sentimentos que andam a “pairar” no ar durante todo o filme. Só me lembro de quando terminei de visualizar este filme (ainda bem que estava em casa)…chorei…mas compulsivamente, praticamente gastei um pacote de lenços e para ser sincero existem algumas cena que arrepiam só de assistir a um amor que uma pessoa pode ter em relação a outra.
Mais um grande filme que recomendo sem falta, provavelmente um dos melhores de 2005, onde podemos assistir deliciados há existência do amor…a qualquer preço.

sexta-feira, abril 28

Lovers of the Arctic Circle

Depois de ter escrito um post sobre o filme “Lúcia y el Sexo”, não posso deixar de registar um outro filme do enorme Júlio Medem “Los Amantes Del Circulo Polar”.
Tentar descrever este filme não é fácil, extremamente filosófico, mas vou começar por uma breve sinopse. A película inicia com um rapaz (Otto) a correr pela floresta atrás de uma bola de futebol. Entretanto uma rapariga (Ana) da mesma idade, corre pela mesma floresta, devido a ter recebido uma notícia a anunciar a morte de seu Pai. Otto começa uma perseguição a Ana, e devido à correria a rapariga tropeça e cai estatelada no chão. De imediato ela reconhece em Otto o seu Pai e por outro lado Otto apaixona-se por Ana. Posteriormente devido a coincidências (aqui está uma palavra que Medem utiliza e muito nos seus filmes) o Pai de Otto e a Mãe de Ana encetam uma relação, onde as crianças ficam “irmã e irmão”. Entretanto vão crescendo atravessando a adolescência até á fase adulta e o Amor entre eles…desculpem, mas não posso contar mais nada…
“Los Amantes del Circulo Polar” é filmado de um método muito original. Em primeiro lugar temos uma cena de um ponto de vista da personagem, depois temos a mesma cena, mas desta vez do ponto de vista da outra personagem.
De facto existe muita coisa para admirar neste filme. O realizador possui uma frescura e um ponto de vista original, virtualmente consegue preencher o ecrã com brilhantes ideias, onde nos transmite uma série de padrões, símbolos e inter relacionamentos.
O conceito de coincidência em Medem chega ao pormenor dos nomes dos amantes, Ana e Otto são palíndromos. Palíndromo possui uma circularidade e círculos – círculo árctico, círculo do destino, são os conceitos de Medem.
Ana:
I´ll wait here as long as needed.
I am waiting for the biggest
coincidence of my life.
I have encountered many
kinds of coincidence.
Coincidence forms the path
of my life.

There had been something known
mixed together with the unknown.
I was on my final destination.
I had a weird feeling,
the first of many.
I felt the present of fate.
That could be Otto
Otto:
I'll wait here as long as it takes.
I wait on the greatest luck in my life.
I have known a lot of different
kinds of luck.
Luck runs through my life like
a continuous thread.
It's good that life passes in circles.
But mine consists of one circle,
and not even a complete one.
The most important is missing.
I've written her name so often
in my mind.
Here, at this moment,
I can't lock anything up.
I'm alone.

Quando nos são “dadas” as cenas dos amantes e o relacionamento com suas famílias, existe uma brilhante paixão e um pouco de duro realismo/surrealismo no ponto de vista do realizador, além de permitir uma história sobre pessoas reais que emergem da sua própria “literatura”.


Não posso deixar de referir uma cena que no meu ponto de vista, seja provavelmente a grande mensagem de Medem. A cena é o sol da meia-noite que ocorre na zona do Árctico, onde o Sol nunca desaparece na linha do horizonte, ou seja é sempre de dia. É esta a mensagem que Júlio Medem quer divulgar...existem coisas que nunca terminam, e o Amor é uma delas…

quinta-feira, abril 27

Para Ti...

Teus olhos,
Janelas abertas na entrada,
Vidros que reflectem,
As formas da tua alma,
Teus lábios,
Fronteira do beijo,
Porta que dá entrada,
Ao calor do teu desejo,
Teus cabelos,
Serpentes silenciosas,
Veneno que transforma,
O incógnito num jardim de rosas.

Tua face, loucura de olhar,
Minhas insónias,
Estas palavras desajeitadas,
Que brotam dos meus dedos,
Desagregando-se em meus versos,
Num papel manchado durante horas.
A água do mar,
Que plagia o teu olhar,
Produz um efeito em mim,
Onde estas lágrimas de solidão,
São esmagadas contra as rochas.

O vento extraviado,
Inventa músicas impossíveis,
Que não alcançam o menor dos teus suspiros,
Teus olhos, teus lábios e cabelo,
Tortura inalcançável,
Para este aprendiz de poeta,
Que te procura para ficares a meu lado.

Ao som de Depeche Mode - Higher Love

quarta-feira, abril 26

Serei o Único?


Bem…como vem sendo habitual, quero falar do amor, as razões são varias, mas existe uma em particular…a vontade de escrever sobre um filme que vi neste fim de semana “alargado”, ”O Diário da nossa paixão” e o qual me provocou alguns sentimentos que tenho de partilhar. Embora tenha lido o livro, mas ainda não tinha tido a oportunidade de visualizar o filme.
Este tipo de películas são as que têm a culpa de que nós pensemos que possa existir uma relação perfeita, que possamos encontrar alguém com que te compenetres a 100%, com quem possas viver uma dessas historias que apenas vês no cinema…quando realmente é mais provável que te saia o Euro milhões. Sim, sei que pensar assim é negativo mas cada dia estou mais seguro e comparo com o Euro milhões porque se realmente consegues encontrar alguém assim, é porque tiveste realmente muitíssima sorte.
Neste momento sinto a falta de certas sensações, um olhar nos olhos sem necessitar de dizer nada, sentir um corpo quente na cama, alguém para rir de maluquices, alguém para segurar por detrás e beijar um pescoço sedoso. Quando vivemos tudo isto, o sentimento de necessitar é muito forte, porque sabemos o bem que nos faz sentir, sabemos até que ponto somos capazes de amar outra pessoa e dar tudo por ela e conhecer a dor de quando perdemos tudo isto.
Tudo o que rodeia os sentimentos é muito complicado, complicado e ao mesmo tempo maravilhoso, maravilhoso e ao mesmo tempo perigoso…são tantas coisas ao mesmo tempo que não podem estar umas sem as outras. Se de facto não tiveres a noção do que é perder alguém que ames, não valorizas o que é possuir uma pessoa a teu lado, se não te fizeram algum “dano”, não sabes a dor que provoca, não existe amor sem dor, não existe bem sem mal, o difícil é encontrar a medida justa de cada um, encontrar a base de onde todo o mal seja apenas o justo para viver intensamente o melhor…
É injusto que quando somos capazes de amar tanto não encontremos alguém com quem partilhar, muitas vezes me pergunto porque saem as coisas tão mal, quando em ocasiões deixarias de respirar pela outra pessoa e não falo por mim, gente que conheço que se amam e são incapazes de levar uma relação, embora também penso que se realmente se amam seriam capazes de superar qualquer coisa. Mas existem sempre pessoas egoístas…
Odeio o amor, sei que estou a ser algo contraditório…mas podemos dizer que hoje estou bastante sensível, entre o filme, as recordações e o que não é recordação…como disse anteriormente, odeio o Amor, porque em certas ocasiões te anula de tal modo que não consegues ver com a claridade suficiente, faz-te perdoar coisas que em outras ocasiões seriam imperdoáveis, cega-te completamente.
O mal de tudo isto, é que quando iniciamos a vivência amorosa fazemos de uma forma “confiada”, aberta, é como uma esponja que absorve de acordo com as necessidades, até que te façam um certo “dano” pela primeira vez e pouco a pouco começas a fechar-te por temor, ate que te voltam a provocar o mesmo “dano”, voltas a apaixonar-te, voltam-nos a fazer o mesmo e assim uma e outra vez, porque sempre temos a esperança de que na próxima vez, seja a definitiva…Até que chegas a um ponto que o medo e a desconfiança são enormes e vês tudo da mesma perspectiva, pensando que a pessoa que tens diante de ti, volta a falhar como o relacionamento anterior e quem sabe pelo mesmo motivo. Mas muitas das vezes nós somos os únicos culpados, porque ao iniciar certo relacionamento, praticamente sabemos o que vai resultar, mas mesmo assim continuamos e vamos cair na mesma “burrice”.
Seguramente, deixamos passar oportunidades na nossa vida que provavelmente mereciam ter valido a pena. Mas suponho que é como tudo, quem arrisca pode se equivocar e quem não o faz sempre ficará com a dúvida de que poderia ter feito. Por isso alguns dos momentos da nossa vida, que possivelmente resultaram num erro, tenham sido um dos momentos mais felizes, embora tenham sido breves.
O lado bom é que embora voltes a cometer os mesmos erros, somos capazes de aprender com eles. Amadurecer e crescer um pouco de cada vez, aprender e saber como enfrentá-los melhor se voltarem. Mas, por vezes nos escapam das mãos, pois existem coisas que não podemos controlar. O coração por exemplo, embora queiramos negá-lo, não se pode controlar embora fazemos todo o possivel para tal, apenas temos que confiar de que quando perdes as "rédeas" do que sentes, se percam por algo que realmente valha a pena...Enfim, creio que estou a entrar por campos filosóficos…embora tentemos mudar algo, mas por vezes o coração fala mais alto que a cabeça, bem mas, cada um tem os seus defeitos e virtudes, embora não sei exactamente como definir isto…mas apenas, sou como sou…
O amor, os sentimentos…existem? Nestas alturas é tão difícil de acreditar…é como pensar que existem fadas…de facto o amor pode ser devastador, mas viver sem ele é enfadonho e bem lá no fundo acredita-se sempre em alguma coisa, nem que seja nas fadas :0)

Divagação escrita algures numa praia quase deserta a olhar o mar, as rochas, os pássaros, a areia e o céu azul, azul, azul…azul (minha cor favorita) e ao som de Tori Amos- Tales of a Librarian e Pink Floyd - The Dark Side of The Moon.

sábado, abril 22

Relato de Um Sonho...

Surgiu uma sombra,
Da bruma profunda de um sonho,
Onde se tornou em carne e sangue.
Pensei que o sonho continuava,
Mas na escuridão,
Pediu-me em silêncio para a beijar,
E ao tocar nos seus lábios,
Mornos e desejados,
O meu sangue ficou em fogo,
Ao nosso redor tudo ficou irreal.
Tímida,
Como a primeira flor da primavera,
Amorosa e terna como uma andorinha,
Recebeu-me nos seus braços,
E senti a sua pele,
Morena e suave.
Lentamente,
Ascendi pelas suaves colunas,
De formas ideais
E a sua timidez inicial,
Se tornou numa sensualidade agressiva,
De uma felina.
Assim, agressiva e terna,
Tímida e sensual
Uniu-se a mim,
E nos perdemos um no outro.
Ao despertar,
Ela tinha desaparecido,
Deixando-me sozinho,
Apenas com a recordação de seus lábios,
E o odor da sua pele, mas…
Terá sido um sonho?


Ao som de Garbage - #1 Crush

sexta-feira, abril 21

Sonhei...

Vamos! De mãos dadas,
Derrubar os muros da distância,
Quero saber o gosto de beijar o teu rosto,
Talvez as tuas carícias sejam como borboletas,
E sinto-as ao meu redor,
Em um contacto intimo de afecto,
E apenas esse leve toque,
Delimite o sentir do meu corpo.

Será como o Sol? Se ergue!
Num lento ir e vir de impulsos,
Fazendo que a tua mão estenda a minha pele,
Como manteiga suave e morna,
E vou-me derretendo até ti,
Fundindo-me entre teus abraços,
E dando-te o mais quente enlaço.


Deixarei levar-me pelos teus silêncios,
Debaixo da lua prateada, debaixo do imenso céu,
Teus olhos brilharam diante de mim como estrelas,
E na obscuridade desta imensidão,
Quero perder-me, assim…
Desperdiçando carícias e beijos,
E dando ao amor o sentir mais bonito,
Embriagando nossos seres de prazeres,
Sentindo latente o teu pulso agitado,
Em gestos da nossa devoção…


Esta noite sonhei...
mas não me lembro com o quê?
é segredo...
Shsss!!
Contigo

Ao som de Natalie Merchant - Ophelia (Apenas, mais um dos brilhantes discos de Natalie)

quinta-feira, abril 20

All Dead...


Na minha mente navega a recordação,
Do calor do teu corpo junto ao meu,
E nesta solidão que me atormenta,
De não ter mais o meu calor junto ao teu.

Naquela noite em que os dois,
Nos abandonamos a luxúria e ao prazer,
Em que nos demos um ao outro,
O mais precioso e intimo do nosso ser.

A tua boca percorreu-me completamente,
Teu corpo deslizava no meu,
Tuas mãos como brasas ardentes,
Percorriam a alma e eu…jurava ser teu.

O tempo, infame de todos,
Os amantes da noite, da lua cheia,
Que nos angustia com o seu eterno caminhar,
E nos corta o prazer das noites de todos os gozos.

Agora só existe o frio, onde está o calor do teu corpo?
Que me penetrava a alma completamente,
Como só tu o sabias fazer naquelas noites,
Em que fui teu, todo, eternamente.

Agora o meu corpo está vazio,
Mas o meu coração está a sarar,
Só de saber que não regressarás,
E que não volto a ver-te jamais.

Aconteceu...depois de "visitar" certos "locais" no fim de semana passado...memórias...

Ao som de George Michael -Older

Surrender



Laying on your holy bed
by the hallowed door
Feeling like an infidel
Not worthy of your call
Tempted by your innocence
Beckoned to my fate
I won't face the consequence
I wouldn't hesitate

I'm a man of flesh and bone
Rapture rushing through my veins
Passion flaming In my heart
Heavenly surrender once again

Shackled like an animal
Chained to my desires
Just another sacrifice
To love's eternal fight
Tame me with your tenderness
And break my brittle heart
Easily and elegantly
Tear my world apart

We're living in a world full of illusion
Everything is so unreal
My mind is in a state of confusion
But I can't deny the way I feel

I'm a man of
flesh and bone
Rapture rushing
through my veins


Depeche Mode - Surrender

quarta-feira, abril 19

Lúcia e o Sexo


Desde que me lembro, sempre tive uma ligeira incompatibilidade em relação aos “produtos” oriundos de Espanha, mas aos poucos temos que nos indo habituando aos nossos vizinhos, porque mais tarde ou mais cedo, devido à actual invasão da economia Portuguesa por parte Castelhana, seremos uma simples província Espanhola. É obvio que sermos parte de Espanha tem muitas desvantagens…a comida é horrível, falam muito rápido, têm a “siesta” (meus amigos se dormisse durante a tarde ficava impossível de aturar…pois é…um dos meus defeitos), comem azeitonas como nós comemos amendoins (Imagino as fábricas de papel higiénico em Espanha devem labutar na potencia máxima), apenas recebíamos as prendas de Natal no dia de Reis, ficávamos com a musica ainda com pior qualidade. Bem mas existe um pormenor pelo qual ficaria muito agradecido…o cinema (vejam só a “volta” que fui dar para chegar onde queria). De facto a nível cinematográfico temos muito que aprender com os geniais, Pedro Almodóvar, Alejandro Amenábar (embora sendo de nacionalidade Chilena, tem a sua base de trabalho em Espanha) e Júlio Medem.
É precisamente um filme do poeta de imagens, Júlio Medem que quero “hablar”…”Lúcia y el Sexo”. Inicialmente quando deparamos com o título ficamos um pouco reticentes, não acham?

“Lúcia y el Sexo” preenche de facto a promessa do título, temos imagens de sexo e algumas com cenas algo fortes, mas este é um dos pontos fortes que torna este filme um culto. As cenas de sexo raramente se sentem de forma gratuita. São utilizadas como uma caracterização, para exibir amor, alegria, embaraço, insegurança ou inibição, reflectindo sempre um estado de carácter das relações.
Na história, não querendo aprofundar muito…Uma empregada de mesa impetuosa (Lúcia - Paz Vega) recebe a noticia de que o seu namorado (Lorenzo - Tristán Ulloa) morreu num acidente, o que fatidicamente termina a relação. Entretanto devido à tristeza, Lúcia viaja para uma ilha no mediterrâneo que Lorenzo sempre falava mas recusava-se a visitar. É então que Lúcia começa a descobrir os segredos existentes na ilha que ele sempre escondeu, entretanto vão existindo flashbacks em que revelam os cincos anos de relacionamento de Lúcia e Lorenzo. É obvio que os melhores momentos do filme que Medem proporcionou não posso contar, mas vão existir filhas, traições, mortes (é só para alimentar a curiosidade) e não posso deixar de assinalar as magnificas paisagens de Formentera, uma ilha do arquipélago das Baleares e o excelente trabalho de fotografia executado por Kiko de la Rica, além da magnifica Banda sonora de Alberto Iglesias…mas existe um pormenor que queria evidenciar…as influências de David Lynch nos filmes de Júlio Medem são bastante perceptíveis.
Este é um filme sobre a fé das personagens e como elas interagem umas com as outras num ponto chave…a escrita de Lorenzo. O resultado é alertar para o processo criativo da história que estamos a assistir e é a ficção dentro da própria ficção.
O filme “Lúcia y el Sexo” é claramente um modelo das tragédias Gregas, onde uma serie de enormes ideias baseadas na fé e destino, funcionam como um conto de fadas, transportando o espectador até ás sumptuosas paisagens povoadas com personagens vividamente lançadas em circunstancias além das suas realizações ou controlo. Mas o destino pode levar amigos e amantes a separarem-se, mas também os pode juntar. Este filme tem umas personagens e um tesouro de opulentas experiências para revisitar muitas vezes…Brilhante!

terça-feira, abril 18

Com o tempo...


Depois de certo tempo, aprendemos a subtil diferença entre suster uma mão e encadear uma alma, aprendemos que o amor não significa ir para a cama, uma companhia não significa segurança e começamos a aprender…
Que os beijos não são contractos e os presentes não são promessas.
Começamos aceitar as derrotas com a cabeça alta e os olhos bem abertos.
Começamos a construir todos os caminhos de hoje, porque a terra de amanhã é demasiada insegura para projectos…e o futuro tem uma forma de desabar pela metade.
Depois de um tempo aprendemos que o excesso da palavra “sim” é demasiado falso, até sentirmos o calor do sol a queimar.
É melhor teres uma flor do teu próprio jardim a decorar a tua alma, em lugar de esperar que alguém te traga flores.
Aprendemos que realmente podemos tolerar, que realmente somos fortes, que temos valor e em cada dia aprendemos a viver.
Com o tempo aprendes que estar com alguém só porque te oferece um bom futuro significa que mais tarde ou mais cedo, vais querer voltar ao passado.
Com o tempo compreendes que apenas quem é capaz de te amar com os teus defeitos, sem pretender modificar-te, pode te brindar toda a felicidade que desejas.
Com o tempo dás conta de que se estás ao lado dessa pessoa para afastar a solidão, irremediavelmente acabarás não desejando vê-la.
Com o tempo entendes que os verdadeiros amigos estão contados e o que não luta por eles, mais tarde ou mais cedo se verá rodeado de falsas amizades.
Com o tempo aprendes que as palavras ditas num momento de ira podem seguir a pessoa que feriste, durante toda a sua vida.
Com o tempo descobres que desculpar uma pessoa toda a gente o faz, mas perdoar só as grandes almas.
Com o tempo compreendes que se feriste um amigo durante muito provavelmente a amizade, jamais voltará a ser igual.
Com tempo dás conta que embora sejas feliz com os teus amigos, algum dia chorarás por aqueles que deixaste ir.
Com o tempo dás conta de que cada experiência vivida com cada pessoa é irrepetível.
Com o tempo dás conta de quem humilha ou despreza um ser humano, mais tarde ao mais cedo irá sofrer as mesmas humilhações ou desprezos multiplicados por três vezes.
Com o tempo compreendes que apressar as coisas ou forçá-las, para que sucedam, vai ocasionar que no final não sejam como esperadas.
Com o tempo dás conta de que na realidade o melhor não era o futuro, mas o momento que estavas vivendo justamente nesse instante.
Com o tempo verás que embora sejas feliz com os que estão a teu lado, chorarás terrivelmente aos que ontem estavam contigo e agora partiram.
Com o tempo aprenderás que tentar perdoar ou pedir perdão, dizer que amas, dizer que perdes, dizer que necessitas, dizer que queres ser amigo, ás portas da morte, não tem nenhum sentido.
Mas infelizmente, só com o tempo…
Ao som de Tori Amos - Boys for Pele

segunda-feira, abril 17

Der Anfang


Loucura de amor, bendita seja!
Que me leva a agonia,
A desejar-te cada dia,
Onde quer que esteja.
Envolvo-me entre suspiros,
Que rasgam o meu peito e se apertam,
Que rasgam bem por dentro,
Desvendando o sangue das feridas,
Que derramam a paixão e o desejo.
Neste restar de dor,
Onde a esperança me envolve,
Apenas quero recuperar a liberdade,
Para te poder entregar,
A loucura da minha alma,
E verter lágrimas de felicidade.


Ao som de Schiller - Ruhe (Langspielfassung)

domingo, abril 16

Alguém...Mas apenas...Tu...



Hoje é um desses dias.
Hoje poderia escrever mil coisas, todas elas diferentes.
Falar de mim, da tua beleza, da minha vida…de tantas coisas…
O que vai acontecer amanhã?
Será que os meus sonhos se iram cumprir?
Sonhos, temores, medos, ilusões, sorrisos, lágrimas…
Viagens, amor, sexo, beijos, olhares, sussurros, abraços…
Hoje senti uns segundos de felicidade infinita, adoro esta sensação, é pena que seja tão breve…
Pode ser para sempre?

quinta-feira, abril 13

Abraça-me em silêncio


Abraça-me em silêncio, sem palavras,
Abraça-me forte, não digas nada,
Deixa-me sentir a tua pele, de mar molhado,
Deixa-me ouvir e gravar o bater do teu coração.

Sussurra-me ao ouvido o muito que me admiras,
Sussurra-me palavras esperadas,
Crê em mim se te digo – estou apaixonado pela tua beleza,
Crê em mim; meu ser angustiado, te reclama.

Cobre-me com abraços e olhares,
Cobre-me e aceita este Amor em chamas,
Escuta-me quando te chamo em pensamento,
Escuta-me, te necessito, não te minto.

Beija-me, bebe a minha ternura,
Beija-me com alma e sentimento,
Permite-me estar próximo de ti,
Nem que seja por um breve momento.


Ao som de She Wants Revenge - She Loves, She Loves Me Not

terça-feira, abril 11

E Tu, o que sabes?


Por vezes, gostaria de chegar a uma biblioteca e apenas com um olhar alcançar todos os livros e levá-los ao centro do meu cérebro. Não sei se tenho um parafuso a mais ou a menos na cabeça? Mas de facto gostaria de fazer o mesmo com todas as pessoas que me despertam interesse.
Toda a gente sabe de sobra que não podemos conhecer tudo, por exemplo, nada pode chegar a conhecer todos os recantos da Terra e muito menos do Universo, o “Mundo Mundial”. Tão pouco creio que nada por si mesmo, tenha a sabedoria de todos os livros de uma biblioteca, ou todo o conhecimento “vivencial” possível. De facto não somos capazes de processar toda a informação, saber e albergá-la no nosso cérebro.
Algo dentro de nós, nos impulsiona a conhecer aquilo que nos inquieta. Assim, como não conhecemos a totalidade do Universo, somos obrigados a nos mover por inquietudes, distintas das outras pessoas ou também compartidas entre várias pessoas.
Por sorte, existem saberes que nada, nada mais que nós próprios, podemos obter… a experiência da nossa vida. Essa experiência que nos serve para nos formar como pessoas e dar um rumo à nossa “canoa”. O quanto lutamos diariamente contra ventos e marés da nossa existência? Tratando de crescer em cada dia de luta, sendo felizes com aquilo que fazemos. Um fruto que amadurece…
Apenas temos de conhecer e aprender, o que está dentro de nós próprios. Espero que um dia, nunca se termine de aprender coisas e essa inquietude, que ainda nos move...nunca a percamos.
“Conhece-te, conhece-me, conhece”…Vive!!!


Não sei qual é o Deus que tu rezas
Nem sobre o que manifestas
Deixa o conhecimento entrar em ti
Como o som de uma orquestra
Que toca melodias
Em plena sintonia
A prática igualasse à teoria
Pelo menos por um dia
Onde a brisa mais serena
E o furacão mais violento
Dançam entre si à luz do conhecimento
Esquece o profano e o satírico
O real e o empírico
Esquece tudo o que te rodeia
E abre o teu espírito
Para esta nova odisseia
Cantos encantados como sereias
Aprende a conhecer o que receias
Tenta compreender o que odeias
E talvez aí
Estejas realmente preparado
Para entrar neste novo mundo
Que acaba agora de ser encontrado
Das galáxias mais distantes
Por entre mares e desertos
E quando lá chegares
Vais ver que sempre estiveste tão perto
Faltava-te apenas
Informação e conhecimento
Não te contentes de ver as coisas por fora
Tenta ver as coisas por dentro

Porque eu trago o quê?
Eu movimento o quê?
Tu já sabes é o conhecimento
Então vê a forma que eu canto
E que eu faço os meus versos
Deixa que a minha música te eleve
A um novo universo

Entre folhas e canetas
Palavras voam como borboletas
Trazendo a Primavera a este planeta
Floresce a flor do conhecimento
À medida que o vento sopra
Ao ritmo de batidas e rimas
Instrumentos e bailarinas
Tornando qualquer beco e esquina
Num anfiteatro desta obra
Falar em todos os dialectos
Escrever em todos os alfabetos
Tornar o longe mais perto
Abrir o que não está aberto
Palavras são palavras
Cabe ao homem escrevê-las certo
O discurso é directo
Ou indecifrável como códigos
Letras são as notas
Neste universo melódico
De linhas de pautas
Encantadas com toques de flauta
Que flutuam como astronautas
Sobre uma população exausta
De criminosos e polícias
Realidades fictícias
Verdades que não se conhecem
Mentiras que são notícia
Com isso tudo
Eu respondo com a minha perícia.....
tornasse imortal
Como na cultura egípcia
A passagem para outro mundo
Como nunca viste antes
Mas eu mantenho-me entretido
Entre vogais e consoantes
Que chocam entre si
Como esposas e amantes
Rasgam o escuro do silêncio
Como o brilho de diamantes
Eu mantenho-me disperso
Entre o sentimental e o controverso
Eu tenho o maior orgulho
De pertencer a este universo
De homens fugitivos
Livres e criativos
Respiro ideias combativos
Que não vêm em livre

Se conhecimento é liberdade
Então eu luto para ser livre
Preso nesta sociedade
Procuro o que nunca tive
O sonho deste rapaz
Em conflito com o que a vida lhe traz
Então eu parto para a guerra
Mas com os olhos na paz
Projectando como catapultas
Palavras sábias e cultas
Tu devias conhecer melhor
Este estilo de música que insultas
Viagens imagens e sons
Em diferentes escalas e tons
Atitudes e mensagens
Dádivas e dons
Filósofos e profetas
A voz rasga como setas
Para respeitar esta forma de arte
Que devolve a várias décadas
É do beco mais escuro
Que vem a luz que ilumina o meu futuro
Talvez um dia encontre
Tudo aquilo que procuro
Mas mesmo que eu não encontre
A minha música faz a ponte
Entre a minha sobrevivência
E um olhar sobre o horizonte
Pela poesia que nunca foi dita
A rima que nunca foi escrita
Eu abro o dicionário e faço amor
Com a palavra mais bonita

Xeg - Conhecimento

sexta-feira, abril 7

Esqueci-me…


Que queres que te diga?
Esqueci-me…
De te querer como queria,
Esqueci-me…
De te buscar em cada esquina,
De examinar o silêncio,
Para ver se ainda te escondias,
Nos buracos do meu corpo.

Esqueci-me…
Que foste a melhor,
A melhor que beijava,
A melhor que amava,
A melhor que jogava,
Com o meu coração.

Esqueci-me…
De ser o perdedor,
Daquelas guerras,
Que lutámos em terra,
Em lençóis revoltos,
De beijos e suor.

Esqueci-me…
De ter que recordar,
Gritos ardentes,
Mãos perversas,
Sorrisos carnais,
Lábios que paravam,
O tempo no despertador.

Esqueci-me…
De recordar,
As cicatrizes da minha alma,
Esqueci-me de esperar,
O tempo eterno para nada.

Esqueci-me…
Do sangue fervido,
Das vozes envelhecidas que falavam,
Sentimentos e mentiras,
Esqueci-me…
Que éramos um na cama,
E dois na puta da realidade,
Ambos arranhados de impiedade.

Esqueci-me…
De perder a tua nudez,
Esqueci-me,
De não te deixar de querer.

Esqueci-me…
Que os anjos sorriam,
Quando acariciavas o meu corpo,
Que ia até ao quinto céu,
Ao inferno em nossa cama.

Esqueci-me…
Dos mandamentos incumpridos,
Os pecados cometidos,
As promessas que escrevemos,
Num caminho de delito.

Esqueci-me…
De resistir ao convite,
Da recordação e do tempo,
De jogar ás escondidas,
Com aquelas tuas memórias,
Onde ontem pela noite, mesmo no final,
Esqueci-me de esquecer,
De que já não estavas aqui…

Ao som de Danae - Condição de Louco

quinta-feira, abril 6

Contigo mas sem ti...


Curiosamente existem coisas que para vivê-las têm de ser necessariamente compartidas, como um abraço ou um beijo. Para dizer a verdade, e apesar do subjectivo da questão, creio que a maioria das experiências de este mundo são compartidas. Não tinha muito sentido passar uma vida em solidão, apesar de que nós mesmos reclamamos em algum ou outro momento um espaço e tempo em solidão. A solidão é um suplício engenhoso da natureza que faz com que nos encontremos com nós mesmos para poder valorizar os demais.
Mas apesar de muitas vezes desfrutarmos da solidão, não podemos esquecer que somos animais sociais, condenados a bem dizer a uma existência ligada a outros seres semelhantes a nós…ou não, pois a função de muitas “paixonetas” é preencher um solitário vazio emocional que não pode ser preenchido por um semelhante. Infelizmente, estarmos atados aos demais pode ser um lastro à nossa própria individualidade, afundando a nossa essência num mar de multidões que nos ajustam para formar um determinado molde. Bem, muitas coisas têm um lado negativo. A solidão priva-nos do melhor da vida…o Amor. Impossível de praticar em solidão, pois quando alguém está apaixonado até mesmo longe do objecto de seu Amor o leva dentro e está unido a ele.Não posso deixar de referir que em muitas situações podemos desfrutar da solidão, mas resultam sempre numa experiência única se partilhado na companhia de alguém especial, como por exemplo, um por do sol, contribuindo assim para a memorização e recordação de um momento que se vive…
Ás vezes necessitamos de estar sozinhos…
Mas só ás vezes…

Em seguida escrevo a letra de uma música que fala dessa necessidade, vontade de você…
Necessidade, fome, sede,
Ópio, vicio, cio,
Transfusão de sangue,
Na eminência de um derrame,
Você…você...
Na ausência,
O prazer do regresso,
O pudor se envergonha,
E o frenesim está em tudo.
Num gemido,
Num arrepio,
Num orgasmo,
Num aconchego de um abraço,
Você e eu,
Nós,
Nossa esquizofrenia,
Sugamos a língua,
Dentes, lábios, músculos e mamilos.
Quero!
Grita o desejo
Carícias,
A mão só obedece ao óbvio,
Na mente luta um átomo de pecado,
Que logo se dissolve com a oração dos corpos,
Tenho vontade de você…
Danae - Vontade de Você
Queria dedicar este post às pessoas que conheço, embora as nossas vidas se tenham tocado fugazmente e nas trocas produzidas por esse pequeno toque imperceptível.
Antes de terminar não posso esquecer mais uma vez de agradecer a uma certa pessoa, o facto de novamente, me ter ajudado a descobrir, mais uma preciosidade que andava perdida do meu universo musical. Sinceramente, não sei como te agradecer…

terça-feira, abril 4

A Minha Primeira Amante...


A minha primeira amante suspendia nas portas a Lua,
A amante “lunática” corria nua pela minha casa durante o verão,
A minha amante desnuda ateava incêndios em suas pernas,
Ardendo ao vento sobre colinas de cartão.

Sua língua, doce e sábia, provocava terramotos,
No céu da minha boca escondia o seu olfacto,
Embriagando-me com o seu aroma a açúcar e mar,
Escrevendo “quero-te” no nevoeiro do meu quarto.

Seus dedos, carícias de seda, criavam um outro arrepio,
Desenhando castelos e pontes nos recantos da minha pele,
Ensinado danças mouras de sombras e suspiros,
E na noite perfumava-se com o rio.

Seu corpo de terra e céu, convocava mil marés,
Sobre um leito de lençóis de cor oceânica,
Rapidamente, através da janela, fixava a sua silhueta,
Por entre as ruas brancas e negras, onde a conheci.

A minha primeira amante inventava estrelas com o olhar,
A minha amante “estelar” tinha na sua pele seda da Fenícia,
Minha sedosa amante abria as suas coloridas asas num voo alado,
Quando o sol ganhava a batalha diante das nuvens, entoando um fado.

Esta foi a minha primeira amante, quando ainda não era adulto,
Ali perdido pelos caminhos do pecado,
Onde numa noite de fogo disse-me o seu nome,
Nos meus ouvidos, sussurrou…Lisboa.


Quero dedicar este poema à cidade onde nasci, cresci e vivo. Onde um dia irei repousar as cinzas do meu corpo e alma, mas provavelmente como esse dia ainda está um pouco longe, portanto minha querida cidade, vais ter que aguardar uns aninhos “valentes” para “casares” comigo, mas desde já ficas a saber que te adoro...

Ao som de Teresa - Lisboa à Noite in Jet Society by Thievery Corporation

segunda-feira, abril 3

Sister Of Night

Sister of night
When the hunger descends
And your body's a fire
An inferno that never ends
An eternal flame
That burns in desire's name

Sister of night
When the longing returns
Giving voice to the flame
Calling you through flesh that burns
Breaking down your will
To move in for the kill

Oh sister, come for me
Embrace me, assure me
Hey sister, I feel it too
Sweet sister, just feel me
I'm trembling, you heal me
Hey sister, I feel it too

Sister of night
In your saddest dress
As you walk through the light
You're desperate to impress
So you slide to the floor
Feeling insecure

Sister of night
With the loneliest eyes
Tell yourself it's alright
He'll make such a perfect prize
But the cold light of day
Will give the game away

Depeche Mode - Sister of Night

Hoje, dia 3 de Abril, termina em Londres a digressão Europeia de Playing the Angel. Esta Tournée que durante o mês de Abril estará de “Ferias”, voltará depois no inicio de Maio em grande força para o Continente Americano e retorna à Europa no principio de Junho, onde, mais uma vez Portugal irá recebe-los de novo no dia 28 de Julho...sinceramente, ainda é difícil de acreditar!

Kissing


The red light of the sun,
slowly descending.
The sky is all I see,
it's never ending.

We could fly,
you and I.
On a cloud,
kissing, kissing.

The wind plays with the leaves,
the weather turns colder.
But as long as we believe,
love doesn't get older.

We could fly,
you and I.
On a cloud,
kissing, kissing.

On a journey of the heart,
there's so much to see.
And when the sky is dark,
you'll be right here,
right here with me.

Right here with me.
Kissing.
(Kissing, kissing)
(A journey of the heart)

Bliss - Kissing

O beijo é algo mais do que juntar uns lábios…

O toque dos teus lábios nos meus,
Teus seios incorporados no meu peito,
Minhas mãos na tua cintura,
Acariciam o teu corpo desmedido,
Nossas línguas entrelaçadas,
Explorando o segredo das nossas bocas,
Buscando paladares dos céus,
Encontrando desejos perdidos.
O beijo terno que nos lábios,
Se faz o mais profundo contacto,
Busca nas entranhas um orgasmo,
Perdem-se os sentidos por um beijo,
De homem para mulher,
Amargo e doce,
Que de medo se treme pelas mãos.

Deixa-me a tua mão,
Deixa-me os teus dedos
Deixa-me os ter,
Sobre os meus lábios,
Dá-me a tua mão,
Deixa que a minha língua,
Percorra os recantos do teu coração,
Dá-me a tua mão,
Deixa que te guie,
Por entre a escuridão,
Levar a paixão,
Até ao limite,
Para apagar do meu dicionário,
A palavra...Não...

sábado, abril 1

Spread Your Wings and Fly Away With Me

Abro as asas, sobrevoo a cada palavra tua,
Na noite em que o teu corpo deseja,
Vou cravando as mãos no céu,
Escavando sob a saias da Lua.

Na areia da praia traço o esboço do teu corpo,
Inundando-me de sal o paladar,
Com um papel em branco, dois corpos desnudos,
E a alma entreaberta de par em par.

Existem disparos sobre os horizontes,
Onde explodem os universos,
É aqui que o fogo dança nos montes,
Da geografia desnuda dos teus peitos.

O fumo é efémero e desaparece no ar,
Meus beijos são agua e vão no mar,
Se um trovão é a voz de mil nadas,
O fogo, que é fogo, aonde vai parar?

Que os nossos ecos esfolem o asfalto,
Atravessem a noite com o nossos olhares a se trocarem,
Como pólvora numa guerra iniciada,
E que ardam os nossos céus ao se tocarem.

Explosões de cor abrilhantam tuas pupilas,
Tricolores de safira, topázio e de rubi,
A cidade arde esta noite debaixo de tuas carícias,
Onde a minha língua incendeia-se de desejo por ti.

Nós vamos nos unir como luzes e sombras,
Arder como beijos nunca dados,
Trocar nos lábios trovões por desejos esperados,
E renascer Fénix depois de beijarmos.

O tempo é fumo que se esvai no ar,
Meus beijos são agua e vão no mar,
Se as palavras são todas as vozes,
Nossas almas, que são fogo, aonde iram parar?


Ao som de Air - Moon Safari ( músicas que ouvi várias vezes "All I need" , "New star in the sky" e "Talisman") , Zero 7 -When It Falls , The Best Of Ambient Lounge e Revistados-25-06(de facto uma grande surpresa, prova de que o Hip-Hop, Reggae e o Soul em Portugal tem pernas para andar...) e provavelmente muitas outras músicas, mas sinceramente não me lembro...sim, porque este poema necessitou de muita música...