A Minha Primeira Amante...
A minha primeira amante suspendia nas portas a Lua,
A amante “lunática” corria nua pela minha casa durante o verão,
A minha amante desnuda ateava incêndios em suas pernas,
Ardendo ao vento sobre colinas de cartão.
Sua língua, doce e sábia, provocava terramotos,
No céu da minha boca escondia o seu olfacto,
Embriagando-me com o seu aroma a açúcar e mar,
Escrevendo “quero-te” no nevoeiro do meu quarto.
Seus dedos, carícias de seda, criavam um outro arrepio,
Desenhando castelos e pontes nos recantos da minha pele,
Ensinado danças mouras de sombras e suspiros,
E na noite perfumava-se com o rio.
Seu corpo de terra e céu, convocava mil marés,
Sobre um leito de lençóis de cor oceânica,
Rapidamente, através da janela, fixava a sua silhueta,
Por entre as ruas brancas e negras, onde a conheci.
A minha primeira amante inventava estrelas com o olhar,
A minha amante “estelar” tinha na sua pele seda da Fenícia,
Minha sedosa amante abria as suas coloridas asas num voo alado,
Quando o sol ganhava a batalha diante das nuvens, entoando um fado.
Esta foi a minha primeira amante, quando ainda não era adulto,
Ali perdido pelos caminhos do pecado,
Onde numa noite de fogo disse-me o seu nome,
Nos meus ouvidos, sussurrou…Lisboa.
Quero dedicar este poema à cidade onde nasci, cresci e vivo. Onde um dia irei repousar as cinzas do meu corpo e alma, mas provavelmente como esse dia ainda está um pouco longe, portanto minha querida cidade, vais ter que aguardar uns aninhos “valentes” para “casares” comigo, mas desde já ficas a saber que te adoro...
Ao som de Teresa - Lisboa à Noite in Jet Society by Thievery Corporation
1 Comments:
Quando quero descansar um pouco desta confusão que é a cidade, o meu local predilecto para me refugiar é o Gerês,tambem gosto muito do Algarve no Inverno...entretanto no final deste mês ou inicio de Maio vou novamente para o local dos meus sonhos, Gerês...hà cerca de 4 anos que vou sempre nesta altura do Ano e onde encontro locais fantásticos que ficam na memoria...mas passados poucos dias a saudade de Lisboa começa a apertar...é o vicio...
;-)***
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