sábado, abril 29

Amor a qualquer preço

Baseado num livro de John le Carré “The Constant Gardener” é uma história fantástica de mistério/thriller/amor, intensificados por uma extremidade contemporânea do realizador Fernando Meirelles, assinando aqui a sua primeira produção de língua inglesa. Neste filme é apoiado por uma cinematografia genial, onde o filme é sólido sendo fundamentado num brilhante argumento, que nos fornece uma narrativa impulsiva e personagens fortíssimas.
A história, mas sem adiantar muito, é um diplomata Justin (Ralph Fiennes) e a sua mulher Tessa (Rachel Weisz), que é uma dura activista politica, estão a viver no Quénia devido à carreira de Justin. É então neste pais que as suas preocupações com a pobreza local e a pandemia de sida, fazem surgir revelações surpreendentes sobre os movimentos de uma companhia farmacêutica sem escrúpulos, comprometida em práticas desumanas e abusivas.
O filme “entrelaça” uma história de amor e intriga politica e como Justin cai no mistério do que aconteceu á sua mulher, além do que ela tinha descoberto.
Saltando através do tempo, o filme é habilmente realizado, onde vão surgindo pedaços que gradualmente vão descobrindo a informação que avança com a história com uma grande clareza e, passo por passo, revela a complexa conspiração entre a politica e as companhias farmacêuticas e ao mesmo tempo, Justin é confrontado com a revelação sobre Tessa que constantemente testa a sua percepção da relação com a sua mulher.
Ralph Fiennes e Rachel Weisz, conseguem trazer ao ecrã uma química calorosa e borbulhante, um amor que é talvez uma atracção de opostos, uma reunião de corações onde existe princípios de integridade.
Mas é a personagem protagonizada por Fiennes que consegue demonstrar a maior e mais subtil gama de emoção, é delicioso o percurso que ele escolhe seguir, com as pistas que forçam as trocas constantes na sua compreensão do que aconteceu e o que explica o seu casamento.
Depois da obra-prima “Cidade de Deus”, Meirelles optou por aproveitar as fantásticas paisagens africanas, desde a geografia natural a aldeias que brilham de cor e vitalidade. Em contraste, as cenas de Londres e Berlim sugerem um frio da civilidade Europeia e é usada como um “espartilho” de ironia à corrupção subjacente que é exposta. Nas cenas africanas, o realizador utiliza uma “nervosa” câmara portátil que captura a energia dos exóticos habitantes locais, e como é habitual na sua realização também existem cenas em que capta com uma subtileza genial as faces dos não actores principais, neste caso dos nativos.
Meirelles evoca a habilidade para criar uma sensação de “lugar” quer nas cenas filmadas na Europa ou em Africa e adiciona uma cinematografia adicional às fantásticas performances que ele consegue tirar do elenco e não podemos esquecer a sólida narração que existe mesmo no coração de “The Constant Gardener”. A personagem interpretada por Rachel Weisz é para recordar vezes sem conta, inclusivamente Weisz ganho um Oscar para melhor actriz Secundária com esta interpretação.
Não existe a mínima duvida que estamos perante mais um genial filme de Fernando Meirelles. Muitas vezes o mais complicado de um filme é o seu final. Mas é precisamente no final desta película que convergem todos os sentimentos que andam a “pairar” no ar durante todo o filme. Só me lembro de quando terminei de visualizar este filme (ainda bem que estava em casa)…chorei…mas compulsivamente, praticamente gastei um pacote de lenços e para ser sincero existem algumas cena que arrepiam só de assistir a um amor que uma pessoa pode ter em relação a outra.
Mais um grande filme que recomendo sem falta, provavelmente um dos melhores de 2005, onde podemos assistir deliciados há existência do amor…a qualquer preço.

8 Comments:

Blogger sofya said...

questão q se coloca: como é q deixei escapar este filme no grande ecrã??!! :(
mas fascinou-me a tua descrição e concerteza q vai ser mais um a acrescentar à (já longa) lista de filmes por ti recomendados! :)

11:27  
Blogger Taliesin said...

se existem filmes que conseguem mexer com os nossos sentimentos este é um bom exemplo...sinceramente não é costume chorar nos filmes,de vez em quando lá cai uma lagrima, tudo bem...mas minha amiga este foi demais, parecia os pais dos noivos qd estes estão a casar, nunca mais param de chorar:-)
Tambem existem aqueles filmes que vemos e nos passam um pouco ao lado, mas o Fiel Jardineiro é impossivel nao esquecer a magnifica historia de Amor entre duas pessoas que in...ahhhhhhhhh não posso contar...
Fernando Meirelles prova mais uma vez que está lá! Alias já tive a oportunidade de ver os seus 3 filmes "Domésticas" "Cidade Deus" e "The Costant Gardener", todos eles de excelente qualidade...
Tb é bom saber que a tua lista vai longa e quero que aumente ainda mais...ah pois! ehhhh olha que eu sou muito mau...
;-)****

20:53  
Anonymous Anónimo said...

Há algum tempo que visito este blog e digo-te em primeira mão que escreves lindamente, existem aqui poemas geniais, mas nunca tive qualquer intenção de escrever nenhum comentário. Mas subscrevendo na totalidade o que a Sofya disse, de ter ficado fascinada com a tua descrição acerca do filme. Queria fazer-te uma pergunta. Se existe o amor à primeira vista, acreditas que alguém se pode apaixonar por essa pessoa devido ao que ela escreve?

23:30  
Blogger Sea said...

Tenho saudades e sinto falta disso...
Desculpa-me mas, vou descobrindo o teu "Elysium" aos poucos e... caramba... há tanta coisa que parece que sou eu... Depois, comento, comento...
Kiss

16:21  
Blogger Taliesin said...

É bom saber que existe alguém neste mundo que seja parecido comigo...até que enfim!
Beijão

04:24  
Blogger Sea said...

:) um beijo!

11:07  
Anonymous Anónimo said...

I say briefly: Best! Useful information. Good job guys.
»

23:20  
Anonymous Anónimo said...

Hey what a great site keep up the work its excellent.
»

09:41  

Enviar um comentário

<< Home