Bem…como vem sendo habitual, quero falar do amor, as razões são varias, mas existe uma em particular…a vontade de escrever sobre um filme que vi neste fim de semana “alargado”, ”O Diário da nossa paixão” e o qual me provocou alguns sentimentos que tenho de partilhar. Embora tenha lido o livro, mas ainda não tinha tido a oportunidade de visualizar o filme.
Este tipo de películas são as que têm a culpa de que nós pensemos que possa existir uma relação perfeita, que possamos encontrar alguém com que te compenetres a 100%, com quem possas viver uma dessas historias que apenas vês no cinema…quando realmente é mais provável que te saia o Euro milhões. Sim, sei que pensar assim é negativo mas cada dia estou mais seguro e comparo com o Euro milhões porque se realmente consegues encontrar alguém assim, é porque tiveste realmente muitíssima sorte.
Neste momento sinto a falta de certas sensações, um olhar nos olhos sem necessitar de dizer nada, sentir um corpo quente na cama, alguém para rir de maluquices, alguém para segurar por detrás e beijar um pescoço sedoso. Quando vivemos tudo isto, o sentimento de necessitar é muito forte, porque sabemos o bem que nos faz sentir, sabemos até que ponto somos capazes de amar outra pessoa e dar tudo por ela e conhecer a dor de quando perdemos tudo isto.
Tudo o que rodeia os sentimentos é muito complicado, complicado e ao mesmo tempo maravilhoso, maravilhoso e ao mesmo tempo perigoso…são tantas coisas ao mesmo tempo que não podem estar umas sem as outras. Se de facto não tiveres a noção do que é perder alguém que ames, não valorizas o que é possuir uma pessoa a teu lado, se não te fizeram algum “dano”, não sabes a dor que provoca, não existe amor sem dor, não existe bem sem mal, o difícil é encontrar a medida justa de cada um, encontrar a base de onde todo o mal seja apenas o justo para viver intensamente o melhor…
É injusto que quando somos capazes de amar tanto não encontremos alguém com quem partilhar, muitas vezes me pergunto porque saem as coisas tão mal, quando em ocasiões deixarias de respirar pela outra pessoa e não falo por mim, gente que conheço que se amam e são incapazes de levar uma relação, embora também penso que se realmente se amam seriam capazes de superar qualquer coisa. Mas existem sempre pessoas egoístas…
Odeio o amor, sei que estou a ser algo contraditório…mas podemos dizer que hoje estou bastante sensível, entre o filme, as recordações e o que não é recordação…como disse anteriormente, odeio o Amor, porque em certas ocasiões te anula de tal modo que não consegues ver com a claridade suficiente, faz-te perdoar coisas que em outras ocasiões seriam imperdoáveis, cega-te completamente.
O mal de tudo isto, é que quando iniciamos a vivência amorosa fazemos de uma forma “confiada”, aberta, é como uma esponja que absorve de acordo com as necessidades, até que te façam um certo “dano” pela primeira vez e pouco a pouco começas a fechar-te por temor, ate que te voltam a provocar o mesmo “dano”, voltas a apaixonar-te, voltam-nos a fazer o mesmo e assim uma e outra vez, porque sempre temos a esperança de que na próxima vez, seja a definitiva…Até que chegas a um ponto que o medo e a desconfiança são enormes e vês tudo da mesma perspectiva, pensando que a pessoa que tens diante de ti, volta a falhar como o relacionamento anterior e quem sabe pelo mesmo motivo. Mas muitas das vezes nós somos os únicos culpados, porque ao iniciar certo relacionamento, praticamente sabemos o que vai resultar, mas mesmo assim continuamos e vamos cair na mesma “burrice”.
Seguramente, deixamos passar oportunidades na nossa vida que provavelmente mereciam ter valido a pena. Mas suponho que é como tudo, quem arrisca pode se equivocar e quem não o faz sempre ficará com a dúvida de que poderia ter feito. Por isso alguns dos momentos da nossa vida, que possivelmente resultaram num erro, tenham sido um dos momentos mais felizes, embora tenham sido breves.
O lado bom é que embora voltes a cometer os mesmos erros, somos capazes de aprender com eles. Amadurecer e crescer um pouco de cada vez, aprender e saber como enfrentá-los melhor se voltarem. Mas, por vezes nos escapam das mãos, pois existem coisas que não podemos controlar. O coração por exemplo, embora queiramos negá-lo, não se pode controlar embora fazemos todo o possivel para tal, apenas temos que confiar de que quando perdes as "rédeas" do que sentes, se percam por algo que realmente valha a pena...Enfim, creio que estou a entrar por campos filosóficos…embora tentemos mudar algo, mas por vezes o coração fala mais alto que a cabeça, bem mas, cada um tem os seus defeitos e virtudes, embora não sei exactamente como definir isto…mas apenas, sou como sou…
O amor, os sentimentos…existem? Nestas alturas é tão difícil de acreditar…é como pensar que existem fadas…de facto o amor pode ser devastador, mas viver sem ele é enfadonho e bem lá no fundo acredita-se sempre em alguma coisa, nem que seja nas fadas :0)
Divagação escrita algures numa praia quase deserta a olhar o mar, as rochas, os pássaros, a areia e o céu azul, azul, azul…azul (minha cor favorita) e ao som de Tori Amos- Tales of a Librarian e Pink Floyd - The Dark Side of The Moon.