quarta-feira, setembro 27

Sorriso


Sente o frescor da chuva,
O aroma a musgo e terra molhada,
Deixa-te acariciar pela brisa suave do bosque,
E ofereço-te um sorriso em troca de nada.

terça-feira, setembro 26

Inevitavelmente...


Inevitavelmente,
Como o sol renasce cada dia,
Como o orvalho cobre as manhãs,
Como o mar acode,
Incansável a praia,
Como a branca lua,
Gira incessante,
Sobre a terra,
Inevitavelmente,
Busco as palavras.
Inevitavelmente,
Como a espiga,
Que regressa cada primavera,
Como a água acalma a sede,
De uns lábios cansados,
Inevitavelmente,
Desnudo o tempo.
Inevitavelmente,
O silêncio da noite rasgou as vestes negras,
E o mundo entendeu que eu te esperava,
Desde a origem da minha história.

sexta-feira, setembro 22

Outono


O Outono é um peão do Inverno,
Chega e reparte cartas,
Desnuda as árvores e os sentimentos,
Veste de cinzento a imagem momentânea,
Do poente e, no fardo descaído das tardes,
Fulmina as folhas, que planeiam, rendidas,
Como aparições sem volume,
Incumbidas de designar,
O gesto intolerável de uma impotência e uma derrota.

Nos decepcionará a primeira imagem,
Do ignóbil que oferece,
O Outono é unicamente um peão do Inverno.

As minhas estações são aqui, na minha ilha,
O mito do idêntico: “um eterno verão”,
E o Outono é o cinzento.
O leito pródigo das folhas,
A larguíssima soma de uma tristeza,
Mais além do espaço em que habitas,
Á distancia de um pensamento.

Enquanto no Verão tudo é inocente,
No Outono tudo é sombrio,
Também, não se anuncia cerimonialmente,
Como a primavera que surge simplesmente,
Deixando-nos instalados na perplexidade de que o tempo se desvaneça.

Não se pode duvidar que o Outono,
Possui o mais assombroso poder de transformação,
Figura inteligente que altera,
A natureza, o homem e a mulher,
Move sentimentos, arranca amores,
E nos deixa desnudos diante o frio da solidão.

quinta-feira, setembro 21

Mabon - Equinócio de Outono


A concepção de Tempo dos pagãos, principalmente a dos Celtas era diferente de hoje. Os Lusitanos à semelhança dos outros Celtas consideravam o Tempo não linear, mas circular e cíclico; para eles, o calendário era regido pela Lua (lunar), enquanto que hoje é usado é solar.
Adaptações feitas por Bruxos e Magos que viveram antes de nós fazendo-o funcionar com todo o rigor alquímico.
Existem Bruxos do Hemisfério Sul que escolheram manter as datas e assim, regem-se pelo calendário do Norte, comemorando assim, por exemplo, o Mabon em 21 de Setembro em vez de 21 de Março do Hemisfério Sul. É uma questão de escolha de cada um, dado que um dos princípios básicos da Bruxaria é fazer aquilo com o qual se sente identificado.

A festa das colheitas (Mabon), também conhecida como a festa de Avalon e da colheita do vinho, é o segundo dos festivais da colheita (sendo Samhain o terceiro). A fraqueza do Deus já se faz sentir, e as plantações vão aos poucos desaparecendo, enquanto os celeiros se enchem. Derrama-se leite sobre a terra para agradecer a fertilidade e bondade de Gaia. Agora, nos fechamos, e nossos corações voltam-se para nós mesmos.

No Panteão Celta, Mabon , também conhecido como Angus, era o Deus do Amor. Nessa noite devemos pedir harmonia no amor e protecção para as pessoas que amamos. Esta é a segunda colheita do ano. O Altar deve ser enfeitado com as sementes que renascerão na primavera. O chão deve ser forrado com folhas secas.

Este dia tem de novo a luz e a escuridão em equilíbrio, antes de começar a época sombria que se aproxima aos poucos. É uma data especial para evocarmos espíritos familiares, guardiães e antepassados para pedir sua ajuda e aconselhamento no período mais negro da Roda, que em pouco tempo se fará presente.

Estes festivais estão associados aos Ciclos da Terra. Como complemento, temos os festivais solares (solstícios e equinócios), perfazendo assim os oito pontos da Roda do Ano.
O estudo correcto dos mitos associados a cada festival, seu simbolismo e sua linguagem mágica, faz com que tenhamos contacto com seus significados mais profundos, trazendo assim a verdadeira compreensão dos mistérios.

A Celebração dos Festivais que compõem a Roda do Ano Celta resgata uma ancestral prática de Mistérios, a qual possibilita aos celebrantes a compreensão dos mais profundos significados de seu simbolismo.

Fünf Persönlichkeit Säumt

Depois de um inesperado desafio feito pela Sea, em que somos "obrigados" de descrever os 5 principais traços da nossa personalidade. Senão ficariamos na lista negra (deve ser a do Banco De Portugal). Foi o que eu ouvi dizer!!! E vocês sabem que as noticias se espalham muito depressa.... :D
Aqui fica uma pequena descrição, é obvio que existem mais pormenores respeitantes à minha pessoa, mas esses ficam para quem me conhece. Porque nem todos os segredos podem ser revelados…meus caros amigos e amigas…

Metódico / Perfeccionista – Tenho prazer nas coisas que executo e é claro que gosto de as fazer bem. Tenho sempre uma extrema atenção aos detalhes. Gosto da originalidade, criatividade, sou muito curioso e por vezes chego a ser demasiado complexo.

Distraído - Extremamente distraído com tudo o que me rodeia, Especialmente datas de aniversario, amigos que passam por mim e simplesmente não os observo, pedir informações sobre um determinado local e estar nesse mesmo lugar. Muitas das vezes se não fossem os “Bostik” colados um pouco por todo o lado e a agenda do telemóvel estaria irremediavelmente “perdido” ;)

Desconfiado – Antes de iniciar uma relação de amizade, fico sempre com um “pé atrás” em relação à outra pessoa. Gosto de observar o comportamento e o ambiente que a outra pessoa possui à sua volta e assim tento perceber se vale a pena ter a sua amizade.

Calmo – Em situações complicadas sou excessivamente calmo, até enervo as pessoas que me rodeiam, de ser tão tranquilo. O mundo poderia desabar que eu continuava impávido e sereno.

Pensativo / Introvertido – Por vezes fico horas “fechado” no meu mundo a meditar sobre a vida, tudo o que me rodeia. Procurando apenas a inspiração para as coisas que adoro fazer; ouvir musica, ler, escrever, olhar o céu estrelado com a lua a acompanhar e o resto infelizmente não posso dizer… :D
Antes de me despedir não podia esquecer de agradecer à Sea por se ter lembrado do "Je"...Küsse "maluca" ;)*

segunda-feira, setembro 18

Parêntesis

Quis me converter num sopro de vida,
Soltei a camisa,
Estendi-me no passeio,
E cerrei os olhos.
Com o tempo,
Senti que todos os semáforos do mundo estavam vermelhos,
Todos os carros se encontravam imobilizados,
Que silêncio!
Senti que se abriam todas as bocas em redor,
E que surgiam na Terra novos vulcões.
Senti que em todas as cavernas,
Os Deuses tinham se esquecido de fechar as torneiras das estalactites,
Onde a água corria diante dos meus olhos,
Sentindo as origens do meu mundo,
Em que cada refúgio era mágico e único,
Porque alguém o criou de modo diferente.
Um segundo depois coloquei-me de pé,
E terminado o parêntesis,
Voltei a unir-me à roda da vida,
Sem soluços, bocejos e silêncios,
Dando voltas e mais voltas,
Em torno de mim mesmo.

sábado, setembro 16

Our Mother Is Dying


Gota perpétua que sangra a Terra,
Uivo silencioso que grita o mundo…
Levantam-se os ventos em espirais,
As ondas percorrem bravas os mares,
O fogo arde e queima, cinza escura e asfixiante…
Alguém chora no profundo esquecimento…
Os sentidos caem atraiçoados pela perversão,
Cegos na morte, surdos ao choro.
Onde perdeste a tua memória e a tua alma?
A tua mãe chora e tu não a escutas…
Já não recordas os seus beijos, suas carícias,
Nem quando cuidava da tua infância?
Gaia surge lentamente no nosso esquecimento,
Na nossa estrada da vida,
No nosso egoísmo ressentido,
E na ignorância acesa entre as massas.
Nas sombras dos nossos sentidos está a verdade…
Árvores queimadas ou talhadas massivamente,
Água morta e agonizante,
Ar pervertido e obscuro,
Terra estéril, terra que sangra…


A natureza segue sendo fecunda e bondosa, mas o homem abre demasiadas feridas em suas entranhas. Anualmente os desastres naturais cobram milhares de vidas em todo o mundo e a maioria dos países que contaminam e envenenam o planeta não param esta estrada que nos conduzirá, certamente até ao abismo.
Mas os desastres naturais não são tão naturais, nem tão imprevisíveis. É necessário criar uma cultura global nos governos mundiais, criar politicas que coloquem o conhecimento científico e técnico ao serviço da protecção da camada de ozono, e da preservação dos recursos naturais.
Segundo alguns especialistas, as ameaças naturais têm vindo a ascender exponencialmente e de forma preocupante. Isto deve-se à persistência dos altos níveis de pobreza urbana e rural, à degradação dos solos, à política pública ineficiente, aos desacertos nas próprias infra-estruturas e à poluição que diariamente é emitida para a atmosfera.
A vida terrena se esgota e de certeza que não é devido a um tal “Castigo Divino”, é apenas o resultado de um desenvolvimento não sustentado e não equitativo do mundo.
As mudanças bruscas nas condições climáticas aumentam a vulnerabilidade do planeta, é necessário romper o círculo vicioso, empreender estratégias, promover diálogos e agarrar a vida.
UMA deve ser a voz para que todos sanemos as feridas abertas do meio ambiente, UMA deve ser a acção de científicos e investigadores. UMA deve ser a atitude dos governos de todo o mundo. Está na hora de nos levantarmos para não sucumbirmos.

16 de Setembro, Dia Mundial da Preservação da Camada de Ozono

terça-feira, setembro 12

És a Lembrança...

És a lembrança e quero,
Que numa noite, surjas como uma deusa,
Em que o nosso grito silenciará,
A agonia dos beijos naufragados.
Desde sempre,
Mesmo antes de nascer,
Estávamos destinados um para o outro,
Desta maneira estranha.
És a lembrança das formas,
Das distancias, da essência.
Á deriva anseio escutar o teu nome,
Como um eco da minha fantasia,
Murmúrio doce trazido pelo vento,
Que amarra a tua sombra na minha.
Um vento livre que sopra numa vela,
Um vento de levante,
Profundo, fresco, distinto e desgarrado.
Somos terra e água numa carícia constante,
Possuir, beijar, rompendo.
Depois…
Já não importa morrer,
Tu e eu repousando como massas,
Como estrelas imensas consumidas pela paixão.
Morrer…
Com um sabor de prazer entre os lábios,
E um orgasmo de sol em retirada.

sexta-feira, setembro 8

Do outro lado do mar


Eu nasci no outro lado do mar,
Eu nasci fora das tuas mãos,
Longe do teu corpo,
Do outro lado do mar.

Queimei os meus barcos,
Acariciei as tuas pernas,
Explorei a terra prometida,
Paradisíaca e proibida.
Escondido no oceano da tua pele,
Eu nasci no outro lado do mar.

Ensinaste-me a escrever cartas aos Deuses,
Com tinta vermelha,
Manchando as mãos,
Sem saber quem é Caim.
Criaste em mim a vontade de voar,
Sem querer ser uma ave,
Que aninhou entre teus peitos.
Depositando com doçura,
Uma pluma entre teus lábios,
Vermelho, suave, seda vermelha,
Maravilhas…
Do outro lado do mar.

Eu nasci na pura terra,
E viajei para conhecer o teu ventre,
Ventre liso, ventre plano,
Ventre deserto, lua e mel,
Ventre louco, ventre abrigo,
Para as minhas mãos imigrantes,
Desde o outro lado do mar.

Eu nasci longe de mim, fora de ti,
No outro lado do mar,
Eu nasci sem saber onde nasci,
Apenas sei que foi,
Num local chamado “Inocência”,
No outro lado do mar.

Abraço


Desde tempos imemoráveis e sem lugar a duvidas o “abraço” tem sido a possessão de sentimentos mais demonstrativa entre os corações deste mundo. Abrir ou nossos braços e peito àquela pessoa que o necessita, tanto por amor ou por afecto, podíamos catalogá-la como uma expressão inconfundível de ternura.
Mas, o que é um abraço? O abraço é, mais do que um acto, um sentimento, um poder de demonstração constante. Mas existem abraços e abraços…Por exemplo…o abraço que damos aos nossos familiares quando regressamos de uma viagem, um abraço de uns pais aos filhos, o abraço que damos ao nosso melhor amigo no dia do seu aniversario, o abraço que damos a uma pessoa que não vemos há muito tempo, mas que a recordas com muito carinho ou o abraço interminável que dás a essa pessoa que tanto amas.
Parando um pouco neste ultimo…o qual na generalidade vem sempre acompanhado de um carinhoso e inconfundível beijo. Um abraço significa muito para o casal e a ausência desse gesto é uma das primeiras demonstrações de amor que se vão perdendo com o desgaste da relação. Não podemos esquecer que um abraço encerra muita coisa.
Por enquanto a amizade e o abraço podem conter muitos significados, os quais deviam ser estudados metodicamente os seus conteúdos, por exemplo…o clássico (mas não esquecido) abraço com as palmadinhas nas costas que se dão principalmente aos amigos que querem levar uma demonstração de afecto ou ate algo material.
O abraço profundo, esse momento que te dá vontade de chorar porque sentes que abraças alguém que perde ou está a deixar alguma coisa para trás (casamentos, aniversários, divórcios, morte…)
O conhecidíssimo “abraço de osso”, é o momento onde sabemos que nós ou alguém está a atravessar um momento de grande importância em sua vida e necessitamos de transmitir sentimentos, esse momento interminável onde sabes que és importante e a outra pessoa se sente importante.
Por isso, pessoalmente o “Abraço” é um dos sentimentos mais bonitos e mais simples para transmitir algo, são momentos intermináveis que nunca nos vamos arrepender e é uma maneira maravilhosa de mostrarmos ao próximo o que sentes, assim que…homens e mulheres…abracem-se! O único impedimento é não querer fazê-lo.
Nota: Este texto foi escrito depois de ter lido um post da minha amiga Sofya e em que retive uma frase do seu texto..."ainda bem que as melhores coisas na vida ainda são de graça e estão à distância de um abraço.."

quarta-feira, setembro 6

Teia de Aranha

Inúmeras almas,
Em infinitas noites,
Sofrem como Penélope,
Que tece e desfaz sonhos,
Esperando a Ulisses.
Sentindo o amor fatal que inflama,
Criando palavras num tapete infinito,
Teia de aranha de sonhos vãos,
Tecendo fantasias de estrelas e lua,
Desfazendo a falta de esperança,
De uma paixão mendiga.

terça-feira, setembro 5

Lover Of Life - Singer Of Songs


Hoje, dia 5 de Setembro, se Freddie Mercury fosse vivo, comemorava o seu 60º aniversário. É obvio que não posso deixar de assinalar esta data com uma homenagem da minha parte a um homem que marcou inevitavelmente a musica para sempre, e acredito que serão muitas as gerações vindouras que hão-de ouvir e amar Freddie Mercury.
"O eterno vocalista dos Queen foi o pilar do maior fenómeno musical das décadas de 70, 80 e início de 90, impondo-se através dos seus múltiplos recursos artísticos e conquistando o público como poucos. Imbatível nas actuações ao vivo, arrebatava os fãs da primeira á ultima fila com irreverência e espírito provocador. Adorava ver as multidões em delírio e entregava-se a elas como um amante apaixonado.
Por fidelidade, Freddie Mercury escondeu até á véspera da sua morte que era portador do vírus HIV e nunca permitiu que a degradação provocada pela doença beliscasse a imagem atlética que os fans tinham dele. Morreu a 24 de Novembro de 1991, na sua mansão de 28 assoalhadas, em Kensington, arredores de Londres, devido a uma broncopneumonia resultante da SIDA, rodeado do seu medico e dos seus cinco gatos.
Desapareceu o homem, ficou o mito."
In Domingo
"So please don’t go
Don’t leave me here all by myself
I get ever so lonely from time to time
I will find you anywhere you go
I’ll be right behind you
Right until the ends of the earth
I’ll get no sleep until I find you
To tell you that you just take my breath away"

Baraka


“Baraka” é um filme documentário, onde o objectivo básico assenta numa reflexão sobre o futuro do mundo com base no reconhecimento de tesouros espirituais das culturas ancestrais, para contrariar a depredação humana contemporânea que, pouco a pouco, vai destruindo o planeta.
Sem estar certo dos gostos das pessoas e incluso aqueles que directamente se negam a interessar-se por documentários…tenho muita pena, mas perdem um fantástico documentário que nos ensina algo sobre o nosso mundo, de uma maneira tão global, directa e apelativa que não apenas produz um deleite de quem assiste, bem como somos obrigados a reflectir sobre o significado do titulo da película.
“Baraka” é uma anciã palavra Sufi, que pode ser traduzida como “Bênção, ou respirar, ou a essência da vida desde o despoletar processo de evolução”.

“Baraka” é uma visão do mundo e ao mesmo tempo uma reflexão sobre esse mesmo mundo.
Exibe a natureza na sua mais espectacular expressão. Recantos inapeláveis de maravilhosos que se apresentam: Selvas tropicais virgens, degelo da neve dos Himalaias Tibetanos, vulcões latentes, desertos tão abstractos como extensos e arquitectónicos…mas também nos mostra algo dos que vivem nesses locais, e fala também dos que lá viveram.

A linguagem que empreende é simples, e por vezes complicada. É simples nas suas formas devido a utilizar apenas dois elementos: A imagem e a musica.
Complexo, porque emprega com uma tal mestria a beleza das imagens.
As imagens são de uma perfeição arrebatadora, conseguem penetrar na alma, deixando-nos em trance e hipnotizados pela sua sucessão que estão perfeitamente integradas na banda sonora. A musica para este filme foi composta por Brendan Perry e Lisa Gerrard dos Dead Can Dance, portanto podem compreender a dimensão sonora desta película.
O truque desta incrível fotografia é a visão que o realizador utiliza: A natureza majestosa, que retrata de uma forma imensa, viva, colorida, espectacular…visão que comparte de forma paralela ao mostrar o colosso civilizacional que o homem construiu.

Apenas neste contraste radical conseguimos sentir a artificialidade do mundo que criamos, mas também o dano, o natural…aquele que sempre esteve presente e que consegue produzir, aquilo que são das maiores maravilhas do planeta.
Cada sequência é finalizada com um plano em silêncio durante alguns segundos dos protagonistas destes contextos: o inquietante olhar de um macaco no estranho mundo que o rodeia, o doloroso olhar de um nativo da Amazónia. As colegiais vestidas com os seus uniformes no meio de uma civilização confusa e populosa no metro do Japão.

A visão emotiva do realizador resulta no momento de destacar o homem como o único ser espiritual que habita na terra, efectuando um belo périplo pelas diversas religiões e ritos que habitam o planeta e as belezas que a partir dela chegamos. E é aqui que parte a ultima e quem sabe a mais inquietante reflexão, desde as imagens das antigas ruínas religiosas, como os templos Cambojanos no meio da selva, as antigas pirâmides Egípcias no deserto, templos nas margens do rio Ganges, os resquícios dos maravilhosos antigos templos persas.
Quem sabe se o homem num determinado momento da sua historia, deixou para trás a harmonia entre ele, a sua espiritualidade e a natureza.
“Baraka” é um documentário, que todo o ser racional do planeta deveria assistir, ou melhor, é uma reflexão mais elevada mais elevada do moral, que todo o ser racional deveria obrigatoriamente de resolver.
É também ao mesmo tempo uma viagem de descobrimentos em que se submerge na natureza, na história e no espírito humano, e finalmente no reino do infinito.
Por sua vez “Baraka” é uma certa interpretação do celebre pensamento que o professor e escritor Joseph Campbell escreveu no livro “O Poder Do Mito”, em que o único mito sobre o qual vale a pena pensar é referente à relação intemporal entre o ser humano e o planeta.