sábado, setembro 16

Our Mother Is Dying


Gota perpétua que sangra a Terra,
Uivo silencioso que grita o mundo…
Levantam-se os ventos em espirais,
As ondas percorrem bravas os mares,
O fogo arde e queima, cinza escura e asfixiante…
Alguém chora no profundo esquecimento…
Os sentidos caem atraiçoados pela perversão,
Cegos na morte, surdos ao choro.
Onde perdeste a tua memória e a tua alma?
A tua mãe chora e tu não a escutas…
Já não recordas os seus beijos, suas carícias,
Nem quando cuidava da tua infância?
Gaia surge lentamente no nosso esquecimento,
Na nossa estrada da vida,
No nosso egoísmo ressentido,
E na ignorância acesa entre as massas.
Nas sombras dos nossos sentidos está a verdade…
Árvores queimadas ou talhadas massivamente,
Água morta e agonizante,
Ar pervertido e obscuro,
Terra estéril, terra que sangra…


A natureza segue sendo fecunda e bondosa, mas o homem abre demasiadas feridas em suas entranhas. Anualmente os desastres naturais cobram milhares de vidas em todo o mundo e a maioria dos países que contaminam e envenenam o planeta não param esta estrada que nos conduzirá, certamente até ao abismo.
Mas os desastres naturais não são tão naturais, nem tão imprevisíveis. É necessário criar uma cultura global nos governos mundiais, criar politicas que coloquem o conhecimento científico e técnico ao serviço da protecção da camada de ozono, e da preservação dos recursos naturais.
Segundo alguns especialistas, as ameaças naturais têm vindo a ascender exponencialmente e de forma preocupante. Isto deve-se à persistência dos altos níveis de pobreza urbana e rural, à degradação dos solos, à política pública ineficiente, aos desacertos nas próprias infra-estruturas e à poluição que diariamente é emitida para a atmosfera.
A vida terrena se esgota e de certeza que não é devido a um tal “Castigo Divino”, é apenas o resultado de um desenvolvimento não sustentado e não equitativo do mundo.
As mudanças bruscas nas condições climáticas aumentam a vulnerabilidade do planeta, é necessário romper o círculo vicioso, empreender estratégias, promover diálogos e agarrar a vida.
UMA deve ser a voz para que todos sanemos as feridas abertas do meio ambiente, UMA deve ser a acção de científicos e investigadores. UMA deve ser a atitude dos governos de todo o mundo. Está na hora de nos levantarmos para não sucumbirmos.

16 de Setembro, Dia Mundial da Preservação da Camada de Ozono

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

...como sempre, um excelente tema musical a acompanhar o teu texto. Quase que poderia dedicar à acção do Homem para com o ambiente o tema Dirty Shadows dos FSOL...

xxx

Ar, Terra, Fogo, Água os elementos conspiram entre si, e cada um por si, num aviso crescente a esta espécie devastadora que povoa o planeta...dos seus limites. No filme Matrix, o Mr.Smith compara o Homem a um vírus, que se propaga, devasta, destrói e parte para outro lado. Para onde partiriamos nós depois do que se adivinha que pode acontecer? As mudanças são graduais para nós...porque a passagem do tempo na Natureza tem outro ritmo. Mas Tempo é Mudança.
Ainda há pouco via no canal Odisseia, penso eu, um documentário que também abordava essa questão a propósito de uma expedição no Ártico para estudar a vida animal...e a observação evidente do cada vez menos gelo no início do Verão nesta zona do planeta...um dos locais onde as grandes mudanças climáticas têm maior e mais rápida evidência...

xxx

Ainda não vi o documentário A Verdade Inconveniente que está no cinema...mas penso que se deve ver.

xxx

Deixo-te um beijo grande envolto nas palavras do teu poema inicial.

04:02  
Blogger Taliesin said...

Hummm!!! Já reparei que a nossa banda sonora é muito idêntica.
“Dirty Shadows” do álbum ISDN….concordo plenamente!

A relação homem/natureza desde há muito tempo que está invertida. Apenas as antigas civilizações souberam viver par a par com a natureza e tudo o que ela oferece…
Hoje em dia o suposto homem moderno, ainda não reparou que temos de utilizar a natureza e apenas modificá-la pelo mero facto de a habitarmos. Mas infelizmente comporta-se como um vírus que tenta modificar a natureza e obriga-a a servir-lhe, bem como dominá-la. E aí está, em última análise, a diferença essencial entre o homem e os restantes animais.

Em relação ao documentário “A Verdade Inconveniente”, não o posso perder….é curioso que este documentário assenta num projecto com com Al Gore a servir de «cicerone».

Gostaria de deixar uma questão no ar….o que seria do mundo se Al Gore tivesse ganho as eleições em vez do “monstro” Bush?

18:03  
Anonymous Anónimo said...

As antigas civilizações, talvez aquelas da era do cálice, antes da espada...o hoje em dia do Homem actual não é um dia para reparar nos erros...se estamos num fim de ciclo o recomeço talvez tenha de ser diferente, uma nova aprendizagem. As diferenças, como tão bem dizes, para além do matar chegam ao destruir...apenas pelo prazer...e isso não é um instinto (já que atribuem os instintos aos animais); um instinto ainda poderá ter uma carga mais positiva do que um acto decorrente do sentido da maldade.

xxx

Relativamente à tua questão...será que com o ex-futuro Presidente Gore as coisas do mundo mudariam realmente? Apesar das acções que ele desenvolveu mesmo durante a campanha...o poder não é uma força subversiva daqueles que dizem viver dos ideais mais nobres? Suspeito de tudo o que "toque" a política...faz-me lembrar aquela célebre frase de Nietzsche Quando se olha o abismo, o abismo também olha para nós.

xxx
O mundo talvez fizesse uma pausa...até ao próximo "monstro" no poder...

04:30  

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