Fumo
Vais. Vens. Estás…
Cortina de fumo que envolve minha razão,
Névoa que flutua em meus delírios.
E os eleva, sacode e afugenta.
Fumo de fósforo,
Subtil, ligeiro, translúcido,
Que apenas criado se perde num sopro,
De forma carente, tamanho e cor.
De contornos dispersados,
Pensamentos evasivos,
Desejos espantados.
Discreto fumo de fogueira nocturna,
Que cobiçado pela luz da sua chama,
Vagueia aquecendo a bruma,
Até se misturar com o ar que respiro,
Para deixar rasto em meus pulmões.
Fumo transitório, passageiro,
Desvanecido perante a luz do dia.
Fumo que queima restolho, palha seca e trapos velhos.
Desmedido, singular pelo seu odor,
Envolvente na sua espessura.
Fumo inevitável e previsível,
Hipóteses de uma nova estação.
O contaminante fumo da industria,
Crescido, enroscado,
Qual larva em estado latente.
Perturbador, ameaçador lá no alto.
Poderosa coluna densa e opaca,
Partindo em dois a paisagem,
Enegrecendo um pedaço,
Para ressaltar o azul do céu.
Fumo daninho que anseio respirar,
Como adito convicto ao tabaco que nunca fumei.
Angustioso, asfixiante,
Inextinguível fumo que flutua,
Que está, que vem e que vai…
Maldito fumo que se estanca na garganta,
Molesto, cobrindo-me os olhos,
Absorvendo lágrimas que escorrem,
Incapazes de sufocar este incêndio provocado.
O fumo que anuncia cinzas,
O que dança entre brasas inertes,
Até que o dispersa a brisa.
O que desliza por entre ramos queimados,
Consumidos, devorados…
Fumo…
Vapor aromático que se introduz na minha pele,
Complemento etéreo que decora minha alma.
Cortina de fumo que envolve minha razão,
Névoa que flutua em meus delírios.
E os eleva, sacode e afugenta.
Fumo de fósforo,
Subtil, ligeiro, translúcido,
Que apenas criado se perde num sopro,
De forma carente, tamanho e cor.
De contornos dispersados,
Pensamentos evasivos,
Desejos espantados.
Discreto fumo de fogueira nocturna,
Que cobiçado pela luz da sua chama,
Vagueia aquecendo a bruma,
Até se misturar com o ar que respiro,
Para deixar rasto em meus pulmões.
Fumo transitório, passageiro,
Desvanecido perante a luz do dia.
Fumo que queima restolho, palha seca e trapos velhos.
Desmedido, singular pelo seu odor,
Envolvente na sua espessura.
Fumo inevitável e previsível,
Hipóteses de uma nova estação.
O contaminante fumo da industria,
Crescido, enroscado,
Qual larva em estado latente.
Perturbador, ameaçador lá no alto.
Poderosa coluna densa e opaca,
Partindo em dois a paisagem,
Enegrecendo um pedaço,
Para ressaltar o azul do céu.
Fumo daninho que anseio respirar,
Como adito convicto ao tabaco que nunca fumei.
Angustioso, asfixiante,
Inextinguível fumo que flutua,
Que está, que vem e que vai…
Maldito fumo que se estanca na garganta,
Molesto, cobrindo-me os olhos,
Absorvendo lágrimas que escorrem,
Incapazes de sufocar este incêndio provocado.
O fumo que anuncia cinzas,
O que dança entre brasas inertes,
Até que o dispersa a brisa.
O que desliza por entre ramos queimados,
Consumidos, devorados…
Fumo…
Vapor aromático que se introduz na minha pele,
Complemento etéreo que decora minha alma.
7 Comments:
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Relaxadamente li as tuas escritas, a música ajudou.
(Poema que fuma ervas indogénas, criadas por ti...)
Esse fumo parece envolver alguém, esconder uma outra "alma"...Ou então é uma mero momento mórbido, momentaneamente solitário, por entre livros e cigarros apagados (embora digas :"[...]ao tabaco que nunca fumei[...]")
.
Mas uma coisa é certa - pensamentos elevam-te, quando inalas esse fumo invisível, será metáfora de pessoa?...
A música que nasce da "tua casa" que partilho algures nas minhas prateleiras também fazem a valsa dos elemntos que se espelham nas tuas palavras bruxulear entre os instantes do dia e da noite...belas palavras que partem do exterior real cruel cinzento para o peso interior da alma que pode estar carregada do cinza brutal da exaustão do quotidiano...
E procura-se o tempo das palavras em que a antiguidade era sinónimo da beleza de outros tempos...
Beijos pendurados aqui da Teia recém-chegada...a ler-te com toda a atenção.
Há pouco tempo a Su disse-me que o reconhecimento que está por detrás das palavras é obscuro muitas vezes...não tenho a menor duvida...mas no meio dessa obscuridade...este poema como todos os outros são palavras cheias de sentimentos e emoções, onde são gerados num leitor e ele crê num prazer estético ao lê-lo...são vozes que chegam da alma com vontade de descobrir caminhos inalcançáveis. São feridas e cicatrizes da furiosa batalha no interior da alma cansada deste quotidiano...
Só espero que os poemas não tragam quaisquer efeitos secundários devido a este fumo provocado pelas ervas...
Esta musica....é uma das músicas da minha vida...sem querer falar no fantástico filme de Jean Pierre Jeuneut...Amelie....
Kisses
...de facto para além da fantástica música...O Fantástico Mundo de Amélie é um filme adorável. Gostava que as coisas acontecessem na minha vida com o sentido mágico que ali vão acontecendo...como uma verdadeira rota de pistas para um caminho com sentido.
: )
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