Os Druidas (drui em irlandês, derwydd em galês) eram videntes, com um conhecimento íntimo do mundo natural, que caminhavam entre o mundo exterior e Annwn (o mundo do Além). Podiam ser homens ou mulheres e eram xamãs, mediadores, conhecedores e detentores de sabedoria. Tinham funções tanto de sacerdotes como de juízes.Embora não haja consenso entre os estudiosos sobre a origem etimológica da palavra, druida parece provir de oak (carvalho) e wid (raiz indo-européia que significa saber). Assim, druida significaria aquele(a) que tem o conhecimento do carvalho. Reflecte-se aqui a veneração que eles dedicavam ao carvalho, simbolicamente considerado como a mais poderosa expressão de uma natureza pujante e ligada à Terra.
Na guerra eram muito bravos, mas indisciplinados na vida civil. A sua arte é notável, culminando nas iluminuras medievais irlandesas. Gostavam de jóias, cores vivas e bordados. Introduziram na Europa o uso de calça na indumentária masculina e pensa-se que inventaram o presunto e o toucinho defumado (bacon).
Segundo fontes clássicas, os Druidas eram considerados membros da nobreza. Alguns tinham um estatuto equivalente ao da aristocracia guerreira- os Equitas-, constituída pelos que, nas batalhas, montavam a cavalo ou conduziam carros de combate; por outras palavras, os Cavaleiros. Além disso, sabe-se que era permitido aos Druidas usarem seis cores nos seus tartãs, privilégio geralmente apenas reservado às rainhas. Só os reis podiam usar sete cores.
Ainda de acordo com os clássicos, os Druidas dividiam-se em videntes, profetas e bardos. Algumas correntes revivalistas do druidismo, remontando ao séc. XVIII, dividem-nos entre ordens de Bardos, Vates (ou “Ovates”) e Druidas.Portanto os Druidas da Antiguidade eram os chefes espirituais do povo celta, a quem serviam de sacerdotes, sacerdotisas, conselheiros, genealogistas e mestres.Os Druidas, enquanto celtas e europeus, foram influenciados pelas crenças espirituais das suas tribos, dos respectivos deuses tribais e dos ciclos naturais da Terra. Não era invulgar a participação de mulheres nos ritos druídicos celtas, principalmente nas suas vertentes mais próximas do xamanismo, inspiradas no culto da Natureza e das forças naturais que a regem.
A presença feminina nas ordens druidas foi-se desenvolvendo em crescendo, tendo atingido o seu auge na época anterior à ocupação romana.Os Celtas tiveram uma vida material das mais simples, um sistema económico eficaz e robusto e princípios políticos estáveis.O bom funcionamento do sistema político tradicional repousava sobre o equilíbrio perfeito, o entendimento entre o druida e o rei, sendo este oriundo da classe guerreira controlada pelos druidas.
Os druidas dominavam quase todas as áreas do conhecimento humano, cultivavam a música, a poesia, tinham notáveis conhecimentos de medicina natural, de agricultura e astronomia e possuíam um avançado sistema filosófico.
Os Druidas oficiavam as cerimónias de propiciação dos deuses e deusas e eram quase sempre, mas não exclusivamente homens.Os Druidas acreditavam na imortalidade da alma, que buscaria o seu aperfeiçoamento através de vidas sucessivas (reencarnação). Acreditavam que o homem era responsável pelo seu destino de acordo com os actos que livremente praticasse. Toda a acção era livre, mas traria uma consequência boa ou má segundo as obras praticadas.Teria ainda a ajuda dos espíritos protectores e teria a responsabilidade de passar os seus conhecimentos adiante para que as pessoas estivessem igualmente aptas a entender essa lei, conhecida hoje por lei do Karma.Os Druidas desapareceram da história à medida que crescia o domínio da igreja em Roma.
Os Celtas desapareceram porque a estrutura política e religiosa da sua sociedade era inadaptável à concepção romana do Estado. Certo mesmo é que a influência dos druidas deve ter sido considerável, pois três imperadores romanos tentaram extinguí-los por decreto como classe sacerdotal num prazo de 50 anos - sem sucesso. O primeiro foi Augusto, que impediu os druidas de obter a cidadania romana. Em seguida, Tibério baixou um decreto proibindo os druidas de exercerem suas actividades e finalmente Cláudio, em 54 d.C., extinguiu a classe sacerdotal. Certo mesmo é que, 300 anos mais tarde, os druidas ainda continuavam a ser citados por autores como Ausonio, Amiano Marcelino e Cirilo de Alexandria, como uma classe social e religiosa de extrema importância e respeitabilidade.
Tem-se uma ideia aproximada da cultura que eles teriam sido capazes de transmitir, através do último legado do mundo céltico à cristandade medieval: a literatura arturiana e a lenda do Santo Graal.