quarta-feira, maio 17

Kings and Queen


Ela é uma jovem mulher, o protótipo da elegância francesa, a forma de como ela sai da viatura e o ar parece brilhar à sua volta numa sequencia inicial do filme. O que se segue é a “deconstrução” de Nora (Emmanuelle Devos) com a riqueza de uma grande novela.
“Rois et reine” de Arnaud Desplechin é um extraordinário trabalho com uma grande profundeza, suspense, surpresas e uma combinação única de perspectivas.
Neste magnifico trabalho, Desplechin conta a história de Nora e o seu ex-namorado, Ismael (Mathieu Amalric), um violinista louco, que mantêm as suas vidas separadas durante todo o filme. É de salientar que o filme tem a duração de cerca duas horas e meia, mas o tempo passa praticamente imperceptível.
As personagens criadas, são vistas exteriormente, bem como nos seus pensamentos, passados e evoluções. O brilhante argumento e realização de Desplechin, revela tudo isto, quer para as personagens como para a audiência, proporcionando uma nova, elegante e fascinante história da vida do mundo dos adultos. Por exemplo, uma narração ilustrativa de um sonho através de um poema de William Butler Yeats, mas de um modo incongruente. Embora faça todo o sentido à personagem também está perfeitamente acessível ao espectador.
“Rois et reine” move-se ligeiramente em flashbacks no tempo e faz a ligação entre dimensões sem nenhuma pista visual clara que permita distinguir o que é a “realidade” do que é fantasia ou sonho da personagem. Exige uma grande atenção, concentração, suspensão da descrença e convicções. Mas não existe nada de astucioso no trabalho de Desplechin. É apenas um maravilhoso filme onde não utiliza grandes “malabarismos” e toda a sua complexidade é apresentada sem nenhum esforço visível.
O filme desde cedo que provoca na audiência uma impressão de relação “cósmica” entre Nora e o seu Pai, relação essa que é “armadilhada” quando Nora lê um excerto de um texto escrito pelo seu Pai. É a partir deste momento que todo o filme se vai reordenar e reinterpreta as personagens e as suas relações.
A estrutura desta película flúi destes elementos, de um modo bastante inteligente e sem duvida que estamos perante mais uma grande obra do cinema Francês...Doit voit ce film
Poema de Nora:
A água, foi a sede que a tomou
A terra, o mar que a atravessou
O êxtase, as agonias sofridas
A paz, contada pelas guerras
O amor, é um memorial
Já não tenho sede
Tenho agora os pés no chão
Encontrei a paz, finalmente

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Very best site. Keep working. Will return in the near future.
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23:20  

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