Pintar o Desejo
Caem os impérios, morrem os profetas
Nas minhas mãos um aroma a solidão
Que revivem os desenhos já feitos
Daquele amor perdido, que apenas existe a recordação.
Agora que escurece, ofereces-me o teu corpo
No silêncio arde o incenso a patchouli
As Palavras que são cravadas como esperança
Leio as mensagens que te escrevi.
Pinceladas fugazes que perco nas tuas pernas
Teu sexo me inspira num remoinho de cor
Arco-íris esquivos, palavras incompletas
O teu corpo desnudo, és a musa de um pintor.
Persigo entre traços de rosa e castanho
Aquele jogo prismático dos teus peitos a contraluz
Aperfeiçoo-o os lençóis quebrados na cama
Por explosões vorazes de têmpera verde e azul.
Perco-me no castanho dos teus olhos e cabelo
Sangro de vermelho, os teus lábios são paixão
Pinto de luzes incolores a aureola
Da tua pele, da tua boca, do teu sexo
Tu és a minha devoção!
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