quinta-feira, fevereiro 16

Foste...


Foste.
Realmente foste tantas coisas!
Minha quimera, minha vida, minha lei,
Minha eterna moléstia.
A busca fiel de uma vontade não minha.
A morte a pedaços de uma solidão promíscua.
Tu foste
A imagem dos sonhos dourados da minha mente.
Esse ser de rasgos e defeitos impares
Que chegou e aninhou na minha alma.
Esse sexo animal que preenchia o meu corpo desnudo
De incertezas abismais.
Foste
O movimento constante
De uns braços ao redor do inaudito.
O contínuo tropeçar
Contra a amarga sensação de não estar sozinho.
Foste
O ser, o estar, o ter, o andar
O crer, a sensação de um só.
O palpitar rotineiro de um coração
Quando sente que estamos sem forças.
Tu és
Para mim a mascara cinzenta
Que acompanha um esquecimento angustioso.
O beijo ansiado
Que trato de esquecer com o meu silencio.
A eterna contradição
De não te poder dizer
Amo-te