terça-feira, fevereiro 21

Não te deixo...


Não te deixo com a tua vida,
Nem com os teus sonhos,
Nem com a tua gente,
Nem com o teu amanhecer,

Nem sequer com os teus raios de sol.

Não te deixo com as tuas realidades,
Nem com os teus livros,
Nem com as tuas fobias,
Nem sequer com a inconsistência da recordação,
E com todo o teu juízo do esquecimento.

Não te deixo lamber as feridas,
Nem nenhum gotejar da dor que sangra,
Não te deixo sozinha, no telhado da vida,
Nem rasgada, debaixo do sofá da dor.

Nego-me a faltar com um aviso na senda dos teus passos,
A cerrar os olhos, causando silêncio no preenchimento de um sonho,
A perder tudo isto que construímos,
A ganhar no choro porque nada se deve a ninguém.

Não te deixo,
Não te solto,
Simplesmente ou complexamente,
Não te deixo abandonada à sorte,
Não te deixo no alto do voo,
Porque tu vieste com as palavras sobre o amor,
Vieste com todos os meus abraços,
Vieste e desde o início sempre te desejei.

Não te deixo com o teu exército de responsabilidades,
Nem com as lágrimas de uma dor solitária,
Nem esperarei estar donde menos me esperas,
Nem quero perder mais tempo a explicar a nossa história,
Estás, estou, somos um caminho paralelo,
E por mais que grite para o mundo inteiro,
Iremos encontrar-nos, nem que seja na escuridão,
E por menos que chore o resto,
Não te deixo...
Não te deixo...

2 Comments:

Blogger sofya said...

não sei como deixei escapar este texto sem dizer.. poderosas palavras estas.
está um texto tão simples e ao mesmo tempo tão profundo.. que só se pode mesmo concluir que as coisas mais simples são sempre as mais belas.

20:06  
Blogger Taliesin said...

Depois do teu comentário, estás desculpada ;-)...o que pode ser mais simples do que exprimir o que se sente através de palavras...

01:22  

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